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quarta-feira, abril 13, 2005

Editorial do Diário Popular - Pelotas dia 13/4/2005:

(http://www.diariopopular.com.br/13_04_05/editorial.html)

Chocante crueldade

Há muitíssimas formas de crueldade humana. Elas constituem, aliás, um impressionante contraste com os também numerosos casos de demonstração de altruísmo, de efetiva solidariedade. São características extremamente opostas do comportamento humano, que têm sido estudadas pela psiquiatria e pela psicologia e que causam perplexidade nas pessoas em geral. Muitas são as vítimas do instinto agressivo da criatura humana nas suas manifestações mais violentas. Assim como também há ainda, sobretudo em países como o Brasil, que tem muitos milhões de pobres, falta de sensibilidade social. Há casos, como o de crianças abandonadas, perambulando pelas ruas, sofrendo frio e fome e até se prostituindo, que, de tão antigos e comuns, a sociedade já parece ter se acostumado com essa dramática situação, que também significa uma forma de crueldade. Tem havido iniciativas para solucionar o problema, mas estão muito aquém do necessário.

E o sadismo de algumas pessoas se manifesta, muitas vezes, contra os animais, não poupando nem mesmo os mais fiéis amigos do homem, como os cachorros, normalmente pacíficos e carinhosos. Um chocante exemplo é o que aconteceu, recentemente, em Pelotas, com a cadela Preta. Há um ano, um grupo de 17 moradores da zona onde se cruzam as ruas Gonçalves Chaves e Dom Pedro II alimentava e cuidava da cadela, descrita como dócil e que, prenhe, daria à luz brevemente. Preta foi morta em 9 de março, mas o que ocorreu só se tornou mais conhecido um mês depois. Durante esse período, as testemunhas identificaram os autores. Na madrugada de 9 de março, oito jovens bebiam em um bar, na esquina da rua Gonçalves Chaves com Telles. Conforme relato das testemunhas, o grupo tomava cerveja mas não aparentava embriaguez. Em determinado momento, os rapazes resolveram amarrar o animal, que estava deitado perto da porta, a um poste. O dono do bar pediu que soltassem a Preta. O grupo teria atendido o pedido. Minutos depois, outros clientes do bar foram atraídos pelos gritos da cadela. Ao saírem à rua viram Preta amarrada ao pára-choque do carro onde estavam três dos rapazes que há pouco bebiam no referido bar. O animal foi arrastado pela rua Gonçalves Chaves até a 3 de Maio. No dia seguinte, pedaços do seu corpo e dos seus filhotes foram encontrados na rua 15 de Novembro.

A 1ª Delegacia de Polícia Civil está investigando o caso. Além disso, está sendo programada uma passeata para ser realizada, em Pelotas, no próximo sábado, que percorrerá as seis quadras por onde a cadela Preta foi arrastada e acabará em frente à 1ª DP. Até a manhã de ontem, o Diário Popular recebeu, pela Internet, cerca de 4.500 mensagens, procedentes, inclusive, de diversos estados, as quais manifestam indignação com a crueldade praticada contra Preta e pedem rigorosa punição aos responsáveis. Esse número é um importante indicador da forte e ampla reação a essa violência em toda a grande área geográfica de alcance do Diário Popular. A decisão da Justiça deverá contribuir para que crimes como esse não se repitam.