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quarta-feira, maio 11, 2005

Coluna da jornalista Martha Medeiros - Zero Hora 11/05/2005

Autoridade incompetente
Quem é que manda? Quem é o chefe? O responsável? Ninguém sabe. As lideranças nunca estiveram tão desprestigiadas. A democracia nos habituou a questionar ordens, a fazer valer nossa opinião, a exigir espaço para nossas reivindicações, e hoje todos se fazem ouvir. Como tem que ser. Mas isso não é motivo para fragilizar certas hierarquias.
A revista Veja desta semana relata uma séria crise nas escolas: os alunos já não dão a mínima para seus professores. Não que esta rebeldia seja novidade. Estudantes, não importa a classe social, sempre foram provocadores. Mas alguns passam por cima de certos limites e transformam a sala de aula numa tribo sem cacique. Me vem à lembrança agora dois filmes que trataram sobre este mesmo assunto: Ao Mestre com Carinho, um clássico de 1966, com Sidney Poitier, e Mentes Perigosas, de 1995, com Michelle Pfeiffer. Estes filmes, no entanto, mostravam a agressividade estudantil aliada a problemas sociais como alcoolismo, drogas, desemprego, racismo, tudo o que impede as pessoas de avançarem. O que está acontecendo fora das telas é um pouquinho diferente: os alunos que hoje atiram objetos nos professores, que os tratam aos palavrões e que se recusam a cumprir prazos não são delinqüentes - ao menos não seriam qualificados como tal pelo IBGE. São apenas crianças e adolescentes que não fazem a mínima idéia do que seja autoridade.
O problema começa na família, mas quem vai segurar a onda da pirralhada? Ué, você, que é o homem da casa - responde a mãe pro pai. Eu não: você, que passa mais tempo com eles - responde o pai pra mãe. E, neste jogo do empurra, todo mundo perde. Perde a razão, o controle, o respeito. Se há filhos que têm o costume de mandar os pais para aquele lugar, inclusive fazendo gestos obscenos, por que não iriam fazer o mesmo com um professor que nem parente é?
Para tudo há uma primeira vez. A primeira vez que um filho levanta a voz, que chama os pais disso e daquilo, que não obedece a uma ordem. Se na primeira vez, ainda criança, ele não tiver a mesada cortada ou ficar um dia sem computador - qualquer castigo, menos violência -, aí desanda. Haverá uma segunda, uma terceira, uma quarta vez, e ele jamais descobrirá que precisa aprender certas regras de convivência e que não é dono do mundo. Ditadura? Sem melodrama. Educação, chama-se isso. Sem ela, continuaremos entregando para a sociedade garotos e garotas que incendeiam mendigos, afogam calouros em trotes universitários, arrastam animais pelo pára-choque e que um dia sentirão o amargo gosto do fracasso - com melodrama, agora - por não terem tido a chance de virar cidadãos.

1 Comments:

At 10:32 AM, Anonymous Anônimo said...

Olá,
estou cursando a 8º série do ensino fundamental e fiquei chocada com a história da preta, tenho uma cachorra cocker e não sei viver sem ela.
Gostaria de lhe dar uma sugestão ,crie um debate no site da globo9www.globo.com/forum)acho que assim o caso podera ter mais destaque e isso levara ao conhecimento popular , gerando assim uma grande movimentação popular, que podera ajudar!espero que seja util!

 

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