Mobilização por Preta não morreu
Diário Popular de Domingo 08/05/05
Álvaro Guimarães
O indiciamento de quatro estudantes no Caso Preta não pôs um ponto final nas mobilizações dos protetores de animais. A partir de agora, os organizadores do movimento que pede a punição dos responsáveis pela morte da cadela - arrastada amarrada a um carro pelo centro de Pelotas, em março - se preparam para voltar às ruas para pedir penas exemplares aos indiciados. Na próxima semana deverá ser marcada a data de uma nova passeata, que deverá ter como ponto final o prédio do Ministério Público, na avenida Ferreira Viana. "Não vamos parar por aqui. Agora queremos que o promotor denuncie os acusados e peça a pena máxima", confirma a comerciante Michele Dal Forno, líder do movimento.
NA ESTRADA
Os integrantes do movimento também se preparam para uma luta ainda maior: a alteração das penas dos crimes praticados contra animais. A idéia é gerar uma pressão para que a Lei 9.605/98, que trata de crimes ambientais e em seu parágrafo 32 versa sobre maus-tratos a animais, tenha a pena de detenção (que pode ser cumprida em regime semi-aberto ou aberto) modificada para prisão em regime fechado. "Queremos que gente assim vá para a cadeia", defende a comerciante. O primeiro passo para isso será participar da passeata que será realizada em Porto Alegre, neste final de semana. Mas a idéia é ir mais longe, ou seja, direto para Brasília. Um grupo de defensores dos direitos dos animais já prepara uma viagem à capital federal em junho. O objetivo é pressionar, ao vivo, os parlamentares para que dêem início às discussões necessárias para alterar a lei.
REPERCUSSÃO
O país continua repercutindo o crime registrado em Pelotas. O caso da cadela Preta mobilizou dia 1º de maio centenas de pessoas no Rio de Janeiro, que percorreram em passeata a praia de Copacabana. Assim como ocorreu em Pelotas, os cariocas portaram faixas e cartazes e levaram ainda reportagens sobre o crime.
1 Comments:
Coloquei um "coment"na página anterior(Manifestantes recordaram...).
Talvez seja interessante discutir a data da ida a Brasília diante do escândalo dos Correios. As atenções, por enquanto, estão centradas nele.
O caso Preta mobilizou o Movimento da Proteção, mas precisa atingir maior parcela da população no país inteiro pra conseguir uma modificação na Lei 9.605/artigo 32 (Lei dos Crimes Ambientais).
Será uma luta dura, diante da mentalidade antopocentrista reinante. Mas o caso de Preta é emblemático. Talvez ela se torne uma "pequena Tiradentes".
Ana Lúcia Leão
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