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segunda-feira, março 12, 2007

Adiado julgamento de acusado de matar a cadela Preta

INFELIZMENTE, MAIS UMA VEZ ADIADO... O QUE PODEMOS FAZER PARA AJUDAR? E AS TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO, O QUE ESTÁ ACONTECENDO???

Animal foi arrastado por um carro no Centro de Pelotas, há dois anos

Começou nesta segunda feira o julgamento do terceiro estudante acusado de matar a cadela Preta em 2005, no Centro de Pelotas. Os outros dois jovens envolvidos no crime já cumpriram a pena. Uma nova audiência foi marcada para o dia 26, porque uma das testemunhas de acusação não compareceu. O julgamento foi suspenso pouco antes das 12h.
Nesta manhã, com as portas fechadas, apenas o juiz, o promotor, as testemunhas e o acusado, Alberto Conceição da Cunha Netto, de 23 anos, acompanhado do advogado, participaram da audiência.
O caso ganhou repercussão nacional, devido à crueldade do ato. A cadela foi morta em março de 2005. Ela teria sido amarrada num carro e arrastada por algumas ruas no centro de Pelotas.RÁDIO GAÚCHA

Polícia: Episódio mudou consciência da comunidade


Desde a morte da cadela Preta, os defensores dos direitos dos animais dizem ter notado uma alteração da consciência de parte da comunidade de Pelotas quando o assunto é maus-tratos contra os bichos. Uma das provas disso é o estabelecimento da ativista Michele Silva que desde abril de 2005 se transformou em ponto de encontro e referência dos protetores dos animais na cidade. Somente em fevereiro 60 filhotes de gatos foram entregues ali para serem encaminhados à adoção. Em média, a cada dia dois novos animais entre cães e gatos são encaminhados ao local para dali serem levados a lares adotivos.
“Há uma preocupação maior das pessoas com relação ao destino dos animais sem dono e também no que diz respeito às denúncias de maus-tratos”, disse. Pelas contas da comerciante, pelo menos duas denúncias diárias são recebidas pelos funcionários da pet shop e repassadas às autoridades competentes.
Caso teve repercussão internacional
Noticiada nos primeiros dias de abril, a morte da cadela Preta ganhou repercussão nacional e internacional, especialmente através da Internet, onde foram criados blogs, grupos de discussão, fóruns, sites e pelo menos duas comunidades na rede de relacionamentos Orkut. Ainda hoje, dois anos depois, existem aproximadamente 680 referências à sentença “cadela Preta” no site de busca Google, que em sua maior parte se referem ao caso. A notícia ganhou amplo espaço, também, em programas de televisão de audiência nacional.
Além de uma passeata realizada no dia 16 de abril daquele ano, que reuniu 1,2 mil pessoas nas ruas de Pelotas - muitas vindas de outras cidades do Estado e até de outras regiões do País - também foi promovida outra manifestação semelhante no Rio de Janeiro e que levou centenas de pessoas para as ruas.
A morte de Preta virou, até mesmo, referência em sentenças judiciais, como a da juíza Rosana Chagas do 1º Juizado Especial Criminal de Nova Iguaçu (RJ), que citou o caso ao condenar um promotor de rinhas de cães da raça pitbull.
Ainda em abril de 2005 foi criado em Brasília (DF) um abaixo-assinado que pede a transferência do crime de maus-tratos aos animais da Lei de Crimes Ambientais para o Código Penal, com o objetivo de se obter penas mais duras para os culpados, que desde então percorre o País e hoje, prestes a ser enviado ao Congresso Nacional, conta com aproximadamente 12 mil assinaturas.
O QUE DIZ A LEI DE CRIMES AMBIENTAIS
(...) Artigo 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - Detenção, de três meses a um ano e multa. § 1º - Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2º - A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

Caso da cadela Preta completa dois anos


O caso da cadela Preta voltou à tona. A audiência das testemunhas do processo sobre a morte do animal marcada para amanhã, às 9h, mobiliza os protetores dos animais exatamente dois anos e três dias após o crime que chocou Pelotas e ganhou repercussão nacional.
Na madrugada de 9 de março de 2005, três estudantes universitários amarraram a cadela (que estava prenha) a um carro e a arrastaram por ruas do centro da cidade até despedaçá-la. Nas semanas seguintes, um grupo de moradores que cuidava do animal realizou uma investigação particular para identificar os acusados. No início de abril o caso foi entregue à Polícia Civil, que identificou e indiciou três pessoas pela morte de Preta.
Dois deles, Marcelo Ortiz Schuch, hoje com 23 anos, e Fernando Siqueira Carvalho, com 24 anos, receberam do Ministério Público e aceitaram o benefício da transação penal pelo qual foram condenados a cumprir um ano de serviços à comunidade em instituições ligadas ao meio ambiente. As penas foram cumpridas em Piratini e Santa Vitória do Palmar, cidades onde moravam.
O terceiro envolvido, o estudante de Direito e Engenharia Agrícola, Alberto Conceição da Cunha Neto, hoje com 23 anos, não recebeu o benefício por possuir antecedentes policiais e por ser apontado como o principal autor do crime.
A audiência
Marcada para as 9h, no Juizado Especial Criminal, no Foro de Pelotas, a audiência de amanhã tem como objetivo ouvir as testemunhas do caso. A sessão presidida pelo juiz José Antônio Dias da Costa Moraes terá acesso restrito ao promotor Paulo Charqueiro, ao réu, seus advogados e testemunhas.
Das dez testemunhas do processo (oito da acusação e duas da defesa) cinco serão ouvidas, todas convocadas pelo Ministério Público. As duas testemunhas de defesa terão seus depoimentos tomados através de cartas precatórias, ou seja, nas comarcas das cidades onde moram. O mesmo procedimento foi adotado para uma das testemunhas de acusação.
Na última audiência marcada para o dia 15 de janeiro deste ano, apenas duas das oito testemunhas da acusação compareceram. Entre elas estava a comerciante Michele da Silva, que encabeça a campanha pela punição dos culpados no caso. As ausências motivaram a sessão desta segunda-feira.
A partir da tomada de todos os depoimentos restará apenas ouvir o réu e, então, o processo nº 2050003952-4 (www.tj.rs.gov.br -> processos -> acompanhamento processual) ficará à espera da sentença.
O promotor Paulo Charqueiro confirma que o réu foi indiciado no artigo 32 da Lei dos Crimes Ambientais (veja quadro) e está sujeito a uma pena de três meses a um ano de detenção e multa. A punição pode ser aumentada em até um terço, porque houve a morte do animal. O desfecho jurídico do caso, todavia, não é muito simples, pois a inexistência do corpo da cadela (que nunca foi encontrado) pode desqualificar a acusação, pela falta de demonstração da materialidade do delito.
A MOBILIZAÇÃO
Preocupados em manter a pressão sobre o Judiciário para que todos os envolvidos no caso sejam punidos, os militantes dos movimentos em defesa dos direitos dos animais preparam uma manifestação diante do Foro de Pelotas no horário da audiência, a exemplo do que ocorreu nas primeiras audiências, em 2005.
“Esperamos que a justiça seja feita, para que fatos como este não se transformem em outros piores”, disse Michele da Silva, líder do movimento que desde 2005 cobra punições severas para os indiciados no caso da cadela Preta. Sobre o risco do estudante ser beneficiado pela desqualificação do crime, por falta de prova material, a opinião entre os defensores dos animais é unânime. “Será mais uma prova de que na Justiça brasileira sempre há a possibilidade dos culpados serem inocentados por seus crimes”, afirmou Michele, que será uma das testemunhas da acusação.
A DEFESA
O advogado Henrique Boabaid, que representa Alberto Cunha Neto, disse que a defesa pretende ver estendido ao estudante o benefício da transação penal. “O Ministério Público não ofereceu ao Alberto a transação por ele ter antecedentes policiais, mas ao chegarem ao Judiciário aqueles casos prescreveram, então ele passa a ter os mesmos direitos dos outros dois envolvidos”, afirmou. Boabaid não esconde que o fato dos restos do animal nunca terem sido encontrados é outro ponto a favor da defesa. A estimativa do advogado é de ver o processo encerrado ainda este ano. “Acho que o caso está no final”, disse.